sexta-feira, 23 de abril de 2010

Obrigado,Sonic Youth!


Assisti ontem, dia 22 de Abril, a um concerto único e impossível de esquecer, por parte dos míticos e lendários Sonic Youth. Fui com a Neia e conseguimos um lugar na primeira fila. A primeira parte foi dada pelos Gala Drop, que estava a ser engraçado, até lhes terem desligado o som. Desligaram-lhes mesmo o som :p

O público estava ao rubro e assim que Kim Gordon, Lee Ranaldo, Thurston Moore, Steve Shelley e Mark Ibold entraram em palco, todos ficaram eufóricos. Começaram com a No Way e o concerto todo girou à volta do mais recente álbum "The Eternal", que é um album que eu adoro e que tem músicas que têm de passar a ser consideradas clássicos dos Sonic Youth, como por exemplo a Malibu Gas Station, a Anti Orgasm, Massage the History e Walking Blues. Só após terem tocado oito músicas do novo álbum é que tocaram uma das músicas do seu passado: Schizophrenia. E foi um grande momento. Quem ouve Sonic Youth sabe que as suas músicas, não são, em 95% dos casos, um perfeito exemplo de uma música "bonita". São sim músicas muito experimentais, caóticas, com partes que podem ser consideradas "barulho" por pessoas sem maturidade musical. Mas de vez em quando, surgem músicas nos álbuns mais doces que o resto e são músicas que nos fazem gostar ainda mais deles. Schizophrenia é uma dessas músicas e ainda bem que a tocaram. No fim do concerto tocaram a Massage the History, que arrepiou. Voltaram de seguida com dois encores. No primeiro tocaram a The Sprawl e a Cross the Breeze e foi nesta altura que perdi o controlo. Estive o concerto todo a saltar, a abanar a cabeça e o corpo para todos os lados e a fechar os olhos ocasionalmente. Mas a Cross the Breeze foi a loucura, o melhor momento da noite, ninguém conseguiu ficar quieto. No segundo encore tocaram a Shadw of a Doubt e a Death Valley 69, mais dois grandes clássicos de Sonic Youth perfeitos para acabar a noite.

Outro dos grandes momentos da noite foi o facto de o Thurston Moore ter conseguido pôr toda a gente a saltar durante a Antenna, uma das músicas mais calmas do novo álbum. A dada altura começou a esfregar a guitarra numa coluna, deitando-a abaixo. Desceu do palco a tocar e foi abraçado pela multidão, mas dessa vez não lhe consegui tocar. Quando se soltou dos braços do público, começou a andar para trás e caiu de costas porque não viu um degrau. Aí consegui tocar na guitarra e depois abraça-lo, assim como todas as pessoas à minha volta. E já posso morrer feliz, por ter abraçado um Deus da música e da guitarra. Também estabeleci muito contacto visual com a Kim, haha (juro que ela olhou para mim várias vezes! :D). Levantei os braços várias vezes pois para mim todos eles são Deuses da música. Levantei os braços para lhes agradecer.

Obrigado Sonic Youth, por terem feito da música alternativa o que ela é hoje, por ensinarem às pessoas que podem ser elas próprias, diferentes do resto do mundo, por terem dado um concerto que me fez transpirar bastante, mas principalmente por existirem. Obrigado.

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Está aqui a review da Blitz, para verem as fotos.